Um olhar financeiro sobre a terceirização de infraestrutura de TI

Em tempos de recessão, os investimentos em TI têm sido postergados para dar lugar a despesas imediatas inerentes ao negócio

Não há mais dúvidas de que apostar nos benefícios trazidos pela Tecnologia da Informação é investir no próprio desenvolvimento do negócio. Quando o objetivo é crescer, é na TI que as estratégias de aumento de produção e otimização dos recursos internos das organizações se concentram. E, essa consciência tem se tornado mais forte entre os CEOs brasileiros, que finalmente estão aprendendo o real valor desse investimento e o impacto positivo que eles podem trazer.

Ao mesmo tempo, investir em uma estrutura própria de TI, além de custar caro, envolve dedicação e atenção dos gestores para formar equipe, gerir seu desempenho, acompanhar processos operacionais, acompanhar obsolescência tecnológica, entre outras atividades operacionais que demandam tempo e desviam sua atenção do que é mais primordial, seu core business. Neste sentido, a terceirização ganha cada vez mais espaço. Delegando a terceiros as atividades que não são as principais do negócio, é possível concentrar os esforços apenas no que realmente importa, e ainda contar com fornecedoras altamente especializadas para administrar o ambiente de TI de forma mais eficiente.

Porém, fica claro que em tempos de crise financeira e recessão como o que estamos passando, os investimentos em TI têm sido postergados para dar lugar a despesas imediatas inerentes ao negócio, como pagamento dos salários dos funcionários, pagamento de dívidas, compromissos com fornecedores, entre outros. Sem o investimento necessário, um baixo investimento em tecnologia e as tecnologias que suportam o negócio ficam defasadas o que, na minha opinião deveria ser prioridade.

Um novo modelo de negócio baseado na terceirização de ativos somada à prestação de serviços para infraestrutura de TI embarcados, tem se mostrado uma saída eficiente para reduzir as despesas corporativas, ao mesmo tempo em que se amplia a produtividade. Desta maneira, a tecnologia fica atualizada, não necessitando de CAPEX (“gasto em aquisições”) e aumentando a eficiência da operação de TI, compensando a contratação do OPEX (“gasto operacional”).

Pensando nisto, descrevo aqui três razões simples para os gestores repensarem seus conceitos em torno dessa prática:

O leão e os carneirinhos: Quem opta pelo outsourcing de TI se beneficia diretamente com a dedução dos ativos de seu Imposto de Renda (IR), não sendo preciso declará-los no nome das companhias, e nem contratar com mão de obra especializada em TI. Além de contar pagamentos mensais fixos, com previsibilidade de gastos. Dessa forma, a organização pode se planejar com mais assertividade, pois não terá sustos ao final de cada mês.

Otimização operacional e financeira: Paradas inesperadas, problemas e panes com equipamentos de TI (servidore, swtich, notebooks, etc) panes em equipamentos, lentidão da rede, queda de links de internet, etc., tudo isso gera custos para as empresas, mas manter uma infraestrutura atualizada e uma equipe especializada de prontidão para resolver questões pontuais, que fogem do habitual, também custa muito. A terceirização fornece a possibilidade de amarrar todos esses gastos, como dito anteriormente, de maneira mensal, facilitando e otimizando os recursos da área de TI, e deixando a organização tranquila para investir em outros setores.

Tempo para o que realmente importa: Terceirizar os ativos e serviços de TI permite aos gestores se ocuparem com assuntos mais importantes, como tomadas de decisões críticas, planos para a continuidade dos negócios, aumento da produção, criação de novos produtos, entre outras coisas. Delegar a TI não significa perder o controle sobre ela, pelo contrário, é deixar sob a responsabilidade de quem entende, facilitando a gestão pelos acordos definidos.

Ao jogar um olhar diferente sobre o assunto, espero ter ajudado os C-Levels a entenderem melhor sobre os impactos financeiros agregados à terceirização da Tecnologia da Informação para o desenvolvimento consistente e inovador dos negócios.

*Tiago Miranda é diretor de comercial da Microcity.

Fonte: ComputerWorld